(Foto: Haeckel Dias/ Ascom-PC) |
De acordo com Delmar Bittencourt, coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil (Cyberlab), é possível que o número de apreensões seja ainda maior. “Tem outros casos, mas ainda não compilamos os dados de hoje [ontem]. A quem está disseminando boatos de ataque nós estamos levando busca e apreensão nas residências e levando a unidade da polícia para analisar qual é o teor da mensagem e responsabilizar pelo crime praticado”, afirma o delegado.
Por conta das ameaças e ataques pelo país, as escolas, em Salvador, estão se mobilizando para reforçar a segurança dentro e fora das suas dependências. O Colégio Oficina, na Pituba, fez um comunicado relatando aos pais e alunos que deu início ao contato com a Polícia Militar para reforçar a necessidade de ampliação da Ronda Escolar. O colégio já conta com sistema interno de câmeras, catracas de identificação de acesso por biometria e grupo de brigadistas treinados para emergências, que, inclusive, foi reforçado.
Já o Colégio Antônio Vieira, no Garcia, acionou o Comitê Interno de Gerenciamento de Riscos e anunciou a ampliação das medidas gerais de segurança, como diálogos com as autoridades de segurança estaduais, maior controle de acessos, requalificação das barreiras físicas e reforço do treinamento da equipe de segurança.
Em comunicado, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA) indicou que vem propondo maior atenção aos humores e comportamentos atípicos de pessoas da comunidade escolar e orientou que todos tenham em mãos o telefone do Samu (192), Polícia Militar (190), Ronda Escolar e Corpo de Bombeiro (193) e identificação daqueles que acessam a instituição de ensino. Incentivou ainda o diálogo e a manutenção dos portões fechados nas unidades.
Sem dispor dos mesmos recursos de segurança, as escolas da rede estadual tiveram o policiamento reforçado em alguns locais do estado, como Porto Seguro e a capital, para assegurar a entrada e saída de alunos, pais e professores.
Em Lauro de Freitas, na região metropolitana, a Secretaria Municipal de Educação solicitou apoio à Guarda Municipal e à Polícia Militar para averiguar boatos e aumentar a segurança nas escolas. A medida conta com a disponibilização do efetivo da ronda escolar em um plano de ação preventiva. Segundo a Prefeitura, ainda é estudada a possibilidade de implementação de uma força-tarefa e segurança nas escolas públicas e privadas do município.
Monitoramento
Para realizar o controle de ameaças de ataques contra escolas, a Polícia Civil está trabalhando junto ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Segurança Pública (SSP) para fazer buscas nas redes sociais e checagem de denúncias. Até o momento, no entanto, não há estimativa de quantas denúncias foram feitas ou quantos boatos foram analisados.
Segundo o delegado Delmar Bittencourt, o processo de monitoramento de possíveis suspeitos começa quando a Polícia Civil recebe a informação de ameaça. A partir daí, as equipes fazem um filtro para saber se o compartilhamento é da Bahia ou de outro estado.
“Se for na Bahia, analisamos todas as características e, se entendermos que é necessário dar seguimento às investigações, em um trabalho de inteligência maior, nós chegamos até os autores”, detalha.
Quem estiver encaminhando informações falsas com intenção suspeita de cometer crime é identificado e a Polícia Civil pode fazer busca e apreensão para localizar armas, apreender dispositivos e verificar se há uma rede por trás das ameaças.
Para auxiliar as forças policiais, o Ministério da Justiça abriu um canal de comunicação para receber denúncias de todo o país. Procurada, a pasta informou que as denúncias recebidas estão sendo tratadas por uma equipe de policiais e, dependendo da gravidade, os encaminhamentos são direcionados à polícia local ou à unidade respectiva que tem atribuição para investigação do fato e suas circunstâncias. Por questões de segurança, o Ministério da Justiça disse que nem os números nem os locais da denúncia serão divulgados.
A Polícia Militar da Bahia foi procurada para saber se há ação articulada para todo o estado e quais municípios acionaram o policiamento militar para reforço da segurança nas escolas, mas não respondeu às duas tentativas de contato feitas pelo CORREIO até a publicação desta matéria.
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