Carro apedrejado da jornalista |
Extremamente abalada, Alana diz não ter dúvida quanto à motivação do ataque. “O trabalho que faço de jornalismo investigativo, prestação de serviço, e, principalmente, denúncia, incomoda certos membros da gestão e parte dos vereadores”, avalia. Embora alvo de assédio judicial já há algum tempo, a jornalista demonstra surpresa ante a violência explícita desta quinta-feira. “Eu acho que isso só mostra o quanto nós, jornalistas, ainda estamos vulneráveis no Brasil. Principalmente nós, que trabalhamos em cidades do interior de estados do Nordeste.”, entende.
Alana oficializou a queixa em boletim de ocorrência, registrado no final da tarde, na Delegacia Territorial de Riachão do Jacuípe, sob o úmero 00234385/2023.
Rede – Denunciado ao Sinjorba e acompanhado de perto pela Comissão da Mulher do sindicato, o atentado será levado a conhecimento da Rede de Combate à Violência contra Profissionais de Imprensa, em sua primeira reunião de trabalho. Iniciativa conjunta da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e do Sinjorba, a Rede “se pretende um espaço interinstitucional de engajamento na luta pela proteção dos jornalistas e radialistas no estado”, como preconiza sua Carta de Princípios.
Presidente do Sinjorba, o jornalista Moacy Neves ressalta que este não é o primeiro ataque sofrido por Alana. “Desde 2021, que ela é alvo de agressões verbais, atos difamatórios e de transfobia”, lembra. “Colocamos a estrutura do sindicato à disposição, prestamos solidariedade, mas entendemos que é preciso ir além. Com a rede, teremos o suporte necessário para criminalizar e punir esses e quaisquer outros autores de agressões à categoria”.
Lançado no dia 4 deste mês, o coletivo já conta com a adesão de órgãos e instituições como a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos Estado, polícias Civil e Militar, Ordem dos Advogados do Brasil (seção Bahia), Defensoria Pública do Estado, Guarda Civil Municipal. A Rede Bahia de Comunicação, por intermédio do jornal Correio e TV Bahia, também participam do grupo.
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