Vereador Cristiano do Quiosque | Foto: Diário da Notícia |
"O que aconteceu realmente me abalou bastante pelo fato de eu ser uma pessoa em São José, ter chegado lá aos 11 anos de idade e hoje com 46 anos, eu sou pai de quatro filhos, não tenho pai, mãe e irmãos em São José, mas me considero com uma família muito grande, são essas pessoas que sempre me acolheram. Eu fui candidato a vereador por três vezes. Na minha primeira eleição eu obtive 94 votos, na minha segunda eu tive 350 votos e a minha última agora 496 votos. Então isso para mim é uma família muito grande que sempre me acolheram e para você ver que é em ordem crescente, então aquilo que aconteceu no domingo só não mancha e não me abate porque eu tenho convicção do que houve ali: não teve erro da minha parte de forma alguma, mas erros na abordagem dos policiais. Naquele momento a guarnição - eu não sei por qual motivo que levou eles a me abordarem daquela forma e não só a mim, como mais duas pessoas, um rapaz conhecido como Bao, popularmente conhecido como Bao Preto, e uma outra mulher que eu não lembro o nome dela, mas pelo fato deles estarem com celular filmando os policiais conduziram eles para delegacia, sendo que eu repito: isso foi esclarecido pela delegada que não é errado, não é contra a lei, não é crime um cidadão comum fazer um vídeo de uma abordagem policial. Então por aí você vê a dimensão das falhas que eles tiveram ao conduzir uma mulher sem uma pfem [policial feminina] ali presente para abordar uma mulher e também abordar um rapaz pelo fato dele estar só fazendo um vídeo," disse Cristiano.
Conforme o relato do vereador, os policiais chegaram exigindo o fechamento imediato do seu estabelecimento comercial. "Eles chegaram até meu estabelecimento exigindo que eu fechasse sendo que eu repito sempre: eu não tenho ordem judicial, eu costumo abrir a hora que quero e fechar a hora que eu quero, ganhei um processo licitatório onde eu participei em 2008 e ganhei a licitação por lei e por direito, e vejo que não há condição nenhuma de entender o fato de tal forma como eles chegaram. Eu só fiz explicar a eles, ainda cheguei até recepcionando dizendo: 'que bom que eles estavam ali, porque eu me sinto seguro'. Em São José teve uma época, uma fase que não tinha policiamento, mas graças a Deus, graças ao gestor que teve essa preocupação e hoje nós temos policiamento lá e eu fico feliz quando eu vejo uma viatura policial, uma guarnição em São José, mas, não aquela que se encontrou naquele dia, naquele último domingo, porque aquilo não é uma forma de uma guarnição trabalhar. Eu tenho certeza que ninguém gostaria de ter na sua cidade eles fazendo abordagens de forma truculenta. Fiquei muito abatido pela forma violenta deles e eu nunca dei lugar para que isso acontecesse" diz.
O vereador Cristiano do Quiosque disse também que os policiais alegaram que ele não tinha Alvará para está funcionando até aquele horário. "Tava acontecendo eventos no momento em São José do Itaporã e eles alegaram a questão do Alvará que só poderia ir até determinado horário, que só permitiria até às 21 horas e quando ele chegaram era 22:00hs. Porém, o alvará determinando horário de encerramento era do evento das Muquiranas - que o pessoal chama também das Recalcadas - que acontece todo ano em São José e eles só ficaram até às 17hs porque às 18hs teve a procissão de Ramos. Portanto, eles não poderiam chegar alegando Alvará, porque meu quiosque fica na Praça, não tem nada haver com a festa. Geralmente aos finais de semana o povo vai para a praça, os casais, as crianças brincam, muitas famílias, então não vejo motivo nenhum dessa alegação de Alvará, eu acredito com convicção que esse foi mais um erro também cometido por eles naquele exato momento."
O vereador Cristiano e outras duas pessoas foram conduzidas para delegacia de Santo Antônio de Jesus. O edil diz ter provas de que os policiais quebraram uma das portas do seu estabelecimento.
"Eu tenho prova em vídeo que eles invadem meu quiosque, tenho esse vídeo deles invadindo meu quiosque botando a mão e me empurrando, e dizendo que eu tinha que fechar, e um outro policial esbravejando falando horrores, que é outro erro. Eles não têm o direito de fechar um estabelecimento até onde me consta. O quiosque ficou com duas portas fechadas, que eles que fecharam, e uma aberta pelo fato de terem danificado quando puxaram. Eu estava inclusive tentando consertar a porta quando fui abordado por trás, me colocaram na viatura e eu perguntava: 'para que isso, o que que tá acontecendo, para que essa situação? Não há necessidade para isso', e eles me diziam que era 'para que vocês expliquem isso lá na delegacia'. E aí me levaram para Santo Antônio de Jesus, agora, não me trazer para [delegacia] Muritiba ou Cruz das Almas eu não sei explicar, não faço a mínima ideia."
Questionado se ele vai entrar com alguma ação judicial, o vereador disse que já constituiu um advogado.
"A própria delegacia lá em Santo Antônio envia o a ocorrência para delegacia de Muritiba e isso aí eu tenho plena certeza que vai dá Ministério Público e não poderia ser diferente. Por orientação de pessoas, de amigos meus da corporação que não aceita essa ideia, essa atitude dessa guarnição, disse que cabe também uma ação na Corregedoria da Polícia Militar, mas tô com advogado e ele tem me orientado e eu tô deixando as coisas acontecerem de uma forma bem tranquila. Se couber Corregedoria vai ter Corregedoria se for Ministério Público será Ministério Público. Eu acho que a gente não pode ser acovardar diante de uma situação ruim dessa. Mas, sem sombra de dúvida, alguma medida vai ser tomada."
Todos os vereadores presentes durante a Sessão se solidarizaram com o vereador Cristiano do Quiosque. Informações do Diário da Notícia.
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