Foto: Reprodução |
O então presidente editou duas medidas provisórias durante o período eleitoral para ampliar o apoio entre a população de baixa renda. Essas medidas não só não garantiram a sua vitória, como também deixaram o rombo bilionário nas contas da Caixa.
Segundo a reportagem, Bolsonaro e Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, liberaram R$ 10,6 bilhões até a data das eleições para 6,8 milhões de pessoas por meio de duas medidas: o SIM Digital e o empréstimo consignado do Auxílio Brasil.
As medidas precisavam de uma coisa para dar certo e refletir nas intenções de voto: uma abertura generosa dos cofres da estatal.
Conforme a reportagem, a expectativa de emprestar R$ 10 bilhões pelo SIM Digital dependia da rotatividade do dinheiro. Quando os primeiros devedores pagassem as parcelas, o dinheiro voltaria à Caixa para, então, ser emprestado para outras pessoas.
A inadimplência superou todas as expectativas criadas. O índice de atraso nos pagamentos já nos primeiros meses foi altíssimo. Dessa forma, a Caixa não poderia emprestar mais que o saldo do fundo garantidor (R$ 3 bilhões). Em três meses, a estatal já tinha emprestado 86% — R$ 2,6 bilhões.
Para ter tanto dinheiro quanto Bolsonaro precisava para fazer suas medidas funcionarem, a Caixa precisou reduzir seus ativos de alta liquidez, ou seja, a quantidade de dinheiro mínima que o Banco Central obriga as instituições bancárias a terem sempre disponível, para evitar uma quebra.
No final do ano eleitoral, esse montante chegou a R$ 162 bilhões. O valor era R$ 70 bilhões a menos que no ano anterior e foi o volume mais baixo da série histórica, iniciada em 2017.
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