Feira de Santana e seus últimos retrocessos históricos culturais

Foto acima: espaço onde era a "Casa Suspensa" projetada por Amélio Amorim e foto abaixo: frente do Museu Regional de Arte da UEFS-CUCA
*Por Rubem Júnior
Que Feira de Santana não tem nenhum apego a sua história e a seus patrimônios isso não é nenhuma novidade há tempos. Vide os vários imóveis históricos derrubados nas últimas décadas na cidade.

Mas, a cada derrubada de algum acervo ou ato de retrocesso com a cultura em Feira, dói no coração de quem realmente ama e valoriza as riquezas dessa terra.

Os dois últimos retrocessos em Feira de Santana são terríveis!

"Casa Suspensa" uma das grandes obras de Amélio Amorim
O primeiro é a "casa suspensa" projetada pelo arquiteto Amélio Amorim, na Avenida Getúlio Vargas, próxima a Avenida João Durval, construída em plano elevado, sobre pilares que a mantinham distante do solo. Segundo as primeiras informações, foi derrubada para construírem uma grande lanchonete.

Sei, inclusive através de amigos que tinham casas com arquiteturas históricas na cidade, que os valores concedidos para o tombamento dos imóveis é muito abaixo do valor real atual e, claro, ninguém quer e nem deve sair perdendo. Porém, a falta de uma gestão que valorize e se mobilize para preservar o que a cidade tem de belo em patrimônio é que faz com que haja essa desvalorização desenfreada.

Museu Regional de Arte do CUCA 
O outro retrocesso registrado por artistas da cidade, através das redes sociais, é o permanente fechamento do Museu Regional de Arte do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), vinculado a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). As manifestações dos artistas estão ligadas prioritariamente as grades colocadas na frente do Museu - o que caracteriza a prática de arquitetura hostil, pois, a região onde está localizado o CUCA tem grande circulação de pessoas usuárias de drogas e com a colocação da grade fica explícito o desejo de que nenhum dos supostos "indesejados sociais" fiquem ocupando a escada que dá acesso às portas do Museu.

O escritor, artista plástico, autor, ator e diretor teatral José Arcanjo expressou, através de suas palavras nas redes sociais, o clamor dos artistas e apreciadores da arte, para que a UEFS retire as correntes e cadeados do portão e pede também que o espaço volte a ser útil e habitável para o que ele realmente foi projetado pra ser.

"Chega de correntes, já enferrujadas pelo tempo de fechados os portões! Chega de justificativas de insegurança!"

"UEFS, ABRA OS PORTÕES DO MUSEU PARA A CIDADE!!!"

"Chega de insensibilidade, vamos priorizar a cultura!!!" deblatera o multiartista.

*Rubem Júnior é radiojornalista e diretor do site Diário da Notícia.

Siga-nos no Google NewsFacebook e Instagram. Participe dos nossos grupos no WhatsApp ou da nossa comunidade

Postagem Anterior Próxima Postagem

نموذج الاتصال