"A persistência da violência contra a mulher emerge como uma dolorosa realidade, ganhando contornos mais sombrios, especialmente na Bahia," dizem as organizadoras.
"No ano de 2022, o estado testemunhou um alarmante aumento de 58% nos casos de violência, totalizando cerca de um caso por dia. A Bahia liderou os estados do Nordeste em número de feminicídios, somando um total assustador de 91 casos, segundo boletim da Rede de Observatórios da Segurança," frisam.
Em meio a tantas histórias, está a de Elitânia Souza. A jovem quilombola do Tabuleiro da Vitória, na Bacia do Iguape, em Cachoeira, ativista do movimento negro e do movimento estudantil, estudante de Serviço Social na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), assassinada aos 25 anos pelo seu ex-namorado, Alexandre Passos Silva Góes, na saída da aula, em Cachoeira (saiba mais).
Quatro anos após o assassinato de Elitânia, organizações de mulheres negras seguem em marcha e convocam toda a comunidade para participarem da “Audiência Pública - A omissão do Estado no combate à violência doméstica e ao feminicídio na Bahia”, que será realizada na quinta-feira, 23 de novembro, às 13h30, no Cine Theatro Cachoeirano, na cidade da Cachoeira.
Após o ato, os presentes seguirão pelas ruas da cidade em marcha pedindo justiça à Elitânia de Souza e todas as vítimas de feminicídio.
O evento faz parte da agenda coletiva da Semana Elitânia Souza – Pela Vida das Mulheres Negras que desde 2020 tem feito coro para denunciar as constantes situações de violência a qual mulheres negras estão inseridas.
A 4ª edição da Semana Elitânia de Souza é organizada pela: Articulação de Mulheres do Engenho da Ponte, Coletivo Angela Davis, Instituto Odara, Núcleo de Mulheres do Rosarinho, Rede Elas Negras Conexões, Rede de Mulheres Negras do Nordeste e ONG Tamo Juntas. A articulação também faz parte da II Jornada pela Vida das Mulheres Negras, organizada pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste.
"Elitânia tornou-se símbolo de inúmeras outras vítimas cujas histórias permanecem não só sem justiça, mas também muitas vezes sem visibilidade. Este é um chamado para interromper esse ciclo. "Violentadas por racistas; assassinadas por machistas; desamparadas pelo estado, parem de nos matar!" Este é um apelo que transcende fronteiras, clamando por uma ação imediata e significativa", pontuam.
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