Imagem: Divulgação |
Em contato com o Diário da Notícia, um dos organizadores do Festival, Carlos Mattheus, falou sobre o objetivo e a importância do evento para Feira de Santana.
"O objetivo é expandir horizontes e consagrar no calendário municipal esse evento de grande valor, além de criar um sentimento de pertencimento em todos que forem participar da festa da cultura nordestina."
"Não tem como falar de cultura nordestina sem falar em Luiz Gonzaga, ouso-me dizer que sinceramente não sei se Gonzaga bebeu na fonte do curso de administração ou a administração bebeu na fonte Luiz Gonzaga, digo isso, pois foi um dos artistas mais completos que pôde existir. Ele planejou sua saída de Exu-PE (sua terra natal), criou um ritmo genuinamente nordestino, inovou, empreendeu, divulgou sua cultura para o mundo e em suas músicas ajudou a redescobrir um lado esquecido do país que era o nordeste."
"Gonzagão não apenas pensou em um gênero musical, mas em toda cadeia produtiva que rodeia o ritmo, a exemplo: dança, comida, bebida, artesanato, vestimenta e agricultura familiar."
"O Rei do Baião adotou a Princesa do Sertão como local de apoio, homenageando-a em 1954 em uma gravação titulada Feira de Gado, onde retrata o comércio de gado na cidade. Já na regravação em 1984 com o cantor Raimundo Fagner, Gonzaga cita o nome de João Serafim (seu compadre e ex vereador), onde no mesmo ano a Casa da Cidadania concede o Título de Cidadão Feirense ao Rei do Baião."
"Gonzagão tinha uma preocupação muito grande para que o Forró não viesse acabar, então ele não podia ver alguém puxando o fole em uma sanfona sem recurso, que logo encostava e se a pessoa realmente tivesse talento, era presenteado com um acordeon."
"Em Feira de Santana isso aconteceu com André Galdino, popularmente conhecido como Baio do Acordeon. Em 1974, Baio foi convidado por amigos para assistir uma apresentação do Rei do Baião e leva consigo uma sanfona no qual tinham lhe emprestado. Aproveitando o momento, acompanha Gonzaga tocando seu fole, Luiz reconhecendo nele um talento de poucos, lhe presenteia com uma sanfona branca e assim Baio passa ser integrante da turnê."
"Muitas leis foram criadas para assegurar o Forró, em Feira de Santana por exemplo, tem a Lei nº 3.898, de 20 de novembro de 2018 que declara o Forró como Patrimônio Histórico-Cultural do Município, em 2021 o Forró foi reconhecido pelo IPHAN como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, em 2022 na cidade de Cachoeira-BA foi dado a abertura estadual do Plano de Salvaguarda e estamos em busca para que a UNESCO reconheça o Forró como Patrimônio Mundial. Em 2023 o Presidente da República sancionou a lei que declara o Forró como Manifestação Cultural do País de autoria do Deputado Federal Feirense Zé Neto e nesse ano de 2024 o mesmo Presidente insere o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria."
"Quando se trata de um Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro como é o Forró, deve-se atentar para a implementação de Políticas de Salvaguarda desse bem intangível tão precioso, de forma contínua e perene, não sazonal, tendo em vista, o valor social e econômico que circundam o Forró para além do fator cultural."
"Seguindo uma tendência crescente no mundo, a pretensão é promover a integração da comunidade com seguimentos artísticos-culturais nordestinos, tendo, contudo, o diferencial de estar estruturado em pilares que sustentam uma sociedade, que são: os valores culturais, sociais e econômicos."
"Para comemorar a Lei que Declara o Forró como Manifestação Cultural do País de autoria do Deputado Federal Feirense Zé Neto, será realizado o 1º Festival de Forró de Feira de Santana BA."
Carlos Mattheus (Coordenador Municipal do Fórum Nacional do Forró de Raiz)
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