Foto: Reprodução | Facebook |
Na margem da BA-502, entrocamento do acesso à histórica Vila de Belém, um crime ambiental destroi uma lagoa. O crime é praticado à luz do dia, sem qualquer reação aparente das autoridades ou de órgãos de defesa e preservação do meio ambiente. Resíduos de construções, lixo orgânico, sacos plásticos, embalagens, ferragens, madeira, vidros, são empurrados com máquinas para o leito da lagoa.
A Lagoa Encantada está no imaginário dos mais antigos cachoeiranos pela quantidade de água e peixes. Cercada de histórias e mistérios, contavam os mais velhos que o encantamento da Lagoa estava na sua profundidade. Seria tão profunda, que teria "engolido uma carreta carregada de bois". E que, para surpresa da população, dias após o ocorrido, a tal carreta teria emergido no Dique do Tororó em Salvador. O mais surpreendente da narrativa é que todos os bois teriam sido resgatados com vida. É lógico que trata-se de uma lenda que serve para ilustrar que a Lagoa Encantada, com a sua grandeza, representava para os moradores do seu entorno.
Essa Lagoa que um dia abasteceu familias, deu água de beber para animais, onde crianças e adultos se banharam, está morrendo, transformada num grande lixão à céu aberto. A sanha destruídora se espalha por toda região. Os aterros de nascentes e riachos que seguem para o Pitanga, que por sua vez, desagua no Rio Paraguaçu estão em ritmo acelerado
Barrar essa destruíção depende de responsabilidade, educação e sensibilidade.
*Alzira Costa é jornalista, moradora de Cachoeira, no Recôncavo Baiano.
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