Foto: Reprodução |
O Mpox é uma doença zoonótica viral, ou seja, em que o vírus é transmitido dos animais para os seres humanos. Porém, o contágio também acontece de pessoa para pessoa. A doença foi relatada pela primeira vez em 1970 e supõe-se que o vírus foi transmitido aos seres humanos através do contato ou ingestão de roedores contaminados.
Embora o vírus esteja presente há anos, a grande preocupação diz respeito à nova variante (clado 1b). “Ela é mais transmissível e apresenta maior taxa de casos moderados a graves e maior mortalidade em relação a variante responsável pelo surto de 2022 no Brasil. Além disso, essa variante está afetando principalmente as crianças”, afirma a infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Vanessa Truda
Entre os sintomas mais frequentes estão erupções cutâneas, febre, linfonodomegalia, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. Pode haver um número variável de lesões de pele que podem ocorrer em qualquer parte do corpo, incluindo regiões genital e anal, e que podem ser levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado. Também podem formar crostas, que secam e caem. “Os sinais e sintomas podem ser percebidos no período de 3 a 21 dias após o contato com o vírus. A transmissão da Mpox ocorre desde o surgimento dos primeiros sinais e sintomas até que todas as lesões na pele tenham cicatrizado completamente”, explica a médica.
A transmissão pode ocorrer pelo contato direto pessoa a pessoa e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. O contato com erupções e lesões na pele e com fluidos corporais (como pus e sangue das lesões) de uma pessoa infectada é a principal forma de transmissão. “Também pode haver transmissão pelo contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos. Pode ser transmitida também por alguns animais através de mordidas, arranhões e ingesta de carne”, complementa.
A especialista ainda oferece algumas dicas importantes para se prevenir da doença, como evitar contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença e não compartilhar qualquer tipo de objeto pessoal, higienizar bem as mãos, utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção caso o contato seja necessário e tomar a vacina. “Pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem cumprir isolamento imediato”, destaca.
De modo geral, a doença apresenta um período de incubação (de 3 a 21 dias), o tempo entre o contato e o surgimento dos primeiros sintomas; o período de início dos sintomas (entre o 7º e o 17º dia após o contágio), em que é comum o paciente sentir febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e dor nos gânglios do pescoço, axilas e virilhas; e o período do surgimento de lesões na pele, principalmente na cabeça, nariz, testa, mão, pé e genitais, que acontecem três dias após o início dos sintomas. “Em alguns casos, pode ocorrer uma disseminação descontrolada vírus, provocando uma intensa resposta inflamatória e imunológica, com acometimento de órgãos e sistemas, podendo ocorrer o óbito”, alerta.
Segundo a médica, o mais importante nesse momento em que a nova variante ainda não chegou ao Brasil é investir em métodos de prevenção, focando principalmente na produção de vacina para pessoas dos grupos de risco, além da realização do diagnóstico precoce para isolamento dos doentes. “É essencial evitar a disseminação através de treinamento de profissionais diagnóstico clínico e disponibilização de testes diagnósticos”, finaliza.
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