Contenda pelo patrimônio do Montepio dos Artistas de Cachoeira ganha um novo capítulo

*Por Alzira Costa

A disputa pelo o que ainda resta do patrimônio da Sociedade Montepio dos Artistas de Cachoeira, que começou a ser desitratado a partir da década de 80, nos últimos dias, registrou um fato novo a favor da atual diretoria da entidade. O juiz de direito da Comarca de Cachoeira José Ayres de Souza Nascimento Júnior concedeu liminar contra dois contendores que brigam por imóveis do Montepio.

Foto: Reprodução | Facebook 

Entretanto, os alvos da decisão ainda não foram citados. O presidente do Montepio disse que estes evadiram-se do local numa manobra para não serem alcançados pela Justiça. 

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De acordo com o advogado Nelson Aragão Filho, presidente do Montepio, eleito em 2022, a decisão judicial determina a suspensão de obras no imóvel de propriedade da sociedade, onde funcionou, por décadas o famoso bar Cabana do Pai Thomaz, na Rua 25 de Junho, centro histórico de Cachoeira. O imóvel à época havia sido alugado ao comerciante Berto da Silva, o Pai Thomaz. 

Ainda segundo o presidente do Montepio, o imóvel recentemente fora invadido e os invasores estariam executando reformas. A guerra pelos bens do Montepio inclui até mesmo o prédio da histórica sede social da sociedade, criada no ano de 1874 por trabalhadores negros autônomos, na sua maioria. Funcionou durante anos como caixa previdenciária para seus associados mediante contribuições mensais.

O Montepio dos Artistas assim como outras sociedades espalhadas pelo país fundadas por pessoas negras, teve papel importante no Recôncavo, nos movimentos pelo a eliminacão do regime escravagista. Sua valiosa documentação corre o risco de desaparecer para sempre, pois, está desprotegida, em péssimo estado de conservação, trancada em sala da sede social que é alvo da disputa entre a direção da sociedade e pessoas que não fazem parte do seu quadro de associados.

*Alzira Costa é jornalista moradora de Cachoeira no Recôncavo Baiano 

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